Intimidade

11/01/04

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A força do desejo
 

 

Pode mover montanhas.

Ou provocar a queda em abismos.

Nunca esteve tão presente na vida pública.

Mas nunca tantos se queixaram da falta de desejo na intimidade.

 

O desejo sexual é como uma especiaria rara, uma flor invulgar, um objecto precioso. Deve ser alimentado, cuidado, coberto de mil desvelos, para adquirir a força vital que nos leva ao paraíso. Infelizmente, a nossa sociedade de consumo acena-nos com tantos outros desejos que acabamos por reduzir ao silêncio o mais elementar

de todos: a necessidade de nos aproximarmos do outro e de criar uma intimidade. De facto, o desejo sexual tem inúmeros concorrentes, tais como o desejo de fazer carreira, o de ganhar cada vez mais dinheiro, o de ter uma criança, o de comprar um novo automóvel ou de adquirir vestuário à moda. Podemos dizer que a nossa sociedade foi invadida pelo desejo, mas que se trata sobretudo de um desejo de consumo, de um apetite por objectos - ou melhor, de necessidades ditadas pelo exterior. O próprio desejo sexual deixou de ser uma energia ligada às emoções íntimas e tornou-se uma mercadoria, um objecto de consumo. A publicidade empobrece o eros. Basta ver a quantidade de mulheres nuas que proliferam em todas as capas de revistas e anúncios, ou a moda das imagens cada vez mais ambíguas, andróginas. As reacções à comercialização e à desvalorização do desejo são múltiplas. Há quem se proteja, estabelecendo relações assexuadas. Há quem mergulhe no mundo dos desejos incontroláveis, que conduzem ao assédio e aos abusos sexuais. Entre o desejo irreprimível e os desvarios, entre as proezas sexuais e a apatia, há um menu de desejos que podem ser satisfeitos num abrir e fechar de olhos, através de todas as formas de comércio erótico - do amor ao telefone e dos contactos via Internet às pílulas do orgasmo. O pior é que o desejo é muito mais que uma pílula… e quanto mais o homem o quer controlar, mais este lhe foge.

O direito das mulheres ao desejo é recente. Até aos anos 70, duas em cada três mulheres eram frígidas ou insatisfeitas. No acto sexual, o homem detinha o monopólio do prazer e ela, o da ansiedade.
Durante anos e nos países católicos, a mulher teve de reduzir ao silêncio os impulsos da carne para se aproximar tanto quanto possível das castas
mandonas. Só duas vias levavam ao céu: a castidade e a união heterossexual monogâmica com fins procriadores. Perder a virgindade antes do casamento e ter relações extra matrimoniais eram pecados gravíssimos.
Durante a Inquisição, a mulher era considerada, por natureza, mais pecadora que o homem. E às mais perigosas sedutoras, inventavam-lhes pecados sexuais para as levarem à fogueira. Segundo a tradição religiosa, a mulher apenas deveria assegurar a legitimidade da descendência, garantia da honra da família. E para isso, teria de ser fiel e possuir um desejo inferior ao do marido.
O peso desta mentalidade que perdurou durante séculos é um sinal evidente de que o homem sempre receou o poder da sexualidade feminina e que, por isso, a tentou controlar ou anular através de uma repressão retrógrada. Ainda hoje, em certas culturas, existem rituais cruéis, tais como a excisão e a
infibulação, destinados a matar o desejo da mulher. Anualmente, em 28 países, mais de dois milhões de meninas são vítimas da mutilação dos lábios do clítoris. Um ritual bárbaro, em pleno século XX, com riscos graves do ponto de vista físico e psíquico, que torna as mulheres insensíveis às relações sexuais. E, em vários cantos do mundo, os casamentos ainda são determinados pelas famílias, continuando a mulher subjugada às exigências sexuais do marido.

Felizmente, estamos na Europa e existe a pílula. Foi ela que revolucionou a sexualidade feminina. Sem o medo de engravidar, o desejo da mulher pode finalmente libertar-se. O feminismo também ajudou. O seu objectivo era inverter os papéis, atribuindo às mulheres os mesmos privilégios dos homens. Se, por um lado, os meios anticoncepcionais e o feminismo libertaram a mulher das heranças seculares, por outro, empurraram o homem para atitudes defensivas de abstinência e assédio. Depois do período de euforia libertadora dos anos 70, houve uma aproximação inédita, um cessar-fogo na guerra dos sexos.
Actualmente, assiste-se a uma tentativa tão difícil como interessante: a instauração de uma verdadeira democracia a dois, tentando ultrapassar o secular domínio masculino e a recente rebelião das mulheres. Mas esta democracia é ainda bem frágil e necessita de constantes esforços de ajustamento da parte de um e de outro.

O desejo é tão misterioso que é difícil saber como surge e sobretudo como se pode avivar quando dormente. Os seus cúmplices são numerosos, mas não funcionam de igual maneira para toda a gente. Neste domínio, não há leis matemáticas.
Rosário, de 27 anos, engenheira, diz que basta um jantar romântico à luz das velas, uma música quente e duas ou três festas no pescoço para "partir para uma boa". Francisco, seu colega de trabalho, dois anos mais velho, confessa-nos que é sensível à roupa interior negra, a uns lábios pintados de vermelho e a uma voz doce como o mel. Por seu lado, Jorge, um contabilista de 31 anos, não gosta de
lingerie preta, bâton e perfume forte. No entanto, perde-se por loiras de olhos azuis quase transparentes.
Olhos, perfume, música, carícias, jantar. Os cinco sentidos estão frequentemente presentes na sedução, embora exerçam um fascínio diferente de pessoa para pessoa. O olhar permite penetrar sem tocar. A pele toca-se, olha-se, quase que fala. O cheiro é fatal, como prova o florescimento da indústria de cosmética. A cozinha e o amor temperam-se mutuamente. E aos ouvidos chegam-nos vozes eróticas e melodias envolventes.
Mas há quem goste de vozes discordantes e zangadas. É o caso de Manuela, artista de teatro, para quem um bom whisky e uma discussão conjugal são excelentes aperitivos para a resolução amigável entre lençóis. A infidelidade também é um pau de dois bicos. Há pessoas que ficam geladas quando são traídas e outras que, face a um obstáculo, reacendem o fogo do desejo.
Um dos mistérios do desejo reside no facto de ele corresponder a duas exigências diferentes. Com efeito, há quem goste de comer constantemente a mesma coisa e de dormir sempre do mesmo lado da cama, porque o gosto da repetição os
erotiza - são os parceiros estáveis. Outros, pelo contrário, fazem do interdito e dos obstáculos os ingredientes da sua vida erótica. Romeu e Julieta são exemplos do segundo caso. Sem obstáculos, o amor entre eles talvez não fosse tão intenso, sofrido e de desfecho dramático.

Uma boa separação é outro óptimo estimulante do desejo. De facto, a presença constante do ente amado pode levar à saturação. Por isso, alguns casais separam-se durante as férias e outros só sobrevivem debaixo de tectos diferentes.
Henrique e Joana, ambos funcionários públicos, decidiram viver no mesmo prédio, mas cada qual no seu apartamento: ele no rés-do-chão e ela no primeiro andar. "Jantamos e dormimos juntos quando queremos e não nos cansamos um do outro. Com o nosso feitio e a nossa independência, é impossível juntarmos os trapinhos", confessa-nos Joana, com um sorriso nos lábios. Dormir em camas diferentes ou em quartos separados são soluções mais económicas e práticas, que têm fiéis adeptos.
O vestuário assume um papel importante na sedução. É que além de nos cobrir, funciona como uma linguagem. Através da cor, do corte severo ou da ligeireza de um fato, da transparência de um tecido, de um decote mais arrojado ou de uns
jeans apertados, comunicamos as nossas emoções.
As cores da sedução são o vermelho e o preto. Segundo os especialistas, é o binómio que atrai mais os machos (humanos e animais). O preto, além de "emagrecer" quem o veste, tem algo de misterioso: incute profundidade,
conduz-nos ao inconsciente, ao nosso lado diabólico, e opõe-se ao branco, símbolo da paz. Por seu lado, as cores mais vivas e brilhantes, como o amarelo e o laranja, aceleram a respiração, as pulsações e, além de favorecerem o desejo, dão-nos uma sensação de bem-estar e de alegria.
Os homens são particularmente sensíveis à
lingerie, às rendas, aos conjuntos interiores em seda. Pedro, de 45 anos, administrador de uma firma, diz que renova frequentemente a roupa interior da mulher: "Compro-lhe imensos conjuntos bonitos. Gosto muito de a ver sexy e, acima de tudo, adoro despi-la."
Hoje em dia, não é raro ouvir mulheres a discutirem as cuecas dos maridos. Alguns psiquiatras explicam que, finalmente, as mulheres adquiriram o direito de
erotizar certas zonas do corpo masculino (as nádegas, por exemplo, tornaram-se uma região de atracção selectiva), enquanto que, antigamente, só os homens se diziam atraídos por uma ou outra parte do corpo feminino (como as pernas ou os seios).

Numa época em que se pretendem resultados rápidos, assiste-se a uma procura crescente dos afrodisíacos.
Mas o melhor remédio para estimular o desejo é sem dúvida a nossa imaginação. Funciona como o nosso jardim secreto. Através dela podemos florescer, viajar, deixarmo-nos ir, de modo que o acto sexual não se transforme apenas numa simples acrobacia.
A sexóloga americana
Nancy Friday publicou um livro baseado em confidências de mulheres que se imaginavam sedutoras e dominadoras. Inventavam histórias em que tinham relações sexuais com vários homens ao mesmo tempo, em que seduziam o chefe de serviço, o carteiro ou um célebre artista de cinema, ou em que provocavam erecções não desejadas. Fundamentalmente, a imaginação autoriza o que a boa educação proíbe. Para muitas pessoas, a imaginação vem em primeiro lugar e as sensações físicas em segundo. Para outras, o corpo é o motor da reacção e a imaginação não é mais do que o prolongamento natural de uma sensação física.
Deverão os fantasmas ser contados ao parceiro? Mais uma pergunta sem respostas fixas. Certos casais têm fantasias excitantes, uma espécie de cinema no quarto, que só eles vêem. Mas há devaneios igualmente estimulantes, que só existem porque são secretos. Revelá-los ao parceiro seria fazer desaparecer o desejo.
No fundo, o imaginário erótico é um teatro mental, no qual entram personagens reais ou irreais. Através da imaginação, tudo se torna mais picante.

Os inimigos do desejo são imensos. No princípio, referimos alguns. Agora vamos realçar aqueles que afectam quase todos os casais. O trabalho, por exemplo, é um deles. De facto, este pode interferir gravemente na vida a dois, quando a carreira de um elemento se torna invasora e rouba tempo e espaço à intimidade, ou quando a ausência dele provoca desajustamentos psíquicos e financeiros.
Assim, o aumento da taxa de desemprego e as dificuldades em arranjar emprego afectam mais a libido do que a
guerra, visto que nesta o casal funciona como refúgio contra a insegurança total.
Outro problema muito comum é a inadaptação ou a frustração causadas por um trabalho pouco gratificante. É a síndroma de
burn out, que queima as energias vitais e o élan do desejo. Afecta particularmente os homens, que se sentem ameaçados no seu papel social e na identidade masculina, porque esta ainda está fortemente ligada à concepção tradicional do trabalho. Se uma mulher fica desempregada, pode aceitar um papel de dona-de-casa ou de mãe. Mas um homem fica perdido, inadaptado.
 

Como novo inimigo, temos a Sida. O medo de a contrair refreia as tentações de muita gente. Além do mais, há quem diga que não se dá bem com o preservativo e que prefere abster-se. As doenças, os medicamentos, o medo de falhar e a depressão são outros inimigos comuns a defrontar, com a ajuda dos especialistas.
Uma coisa é certa: o desejo não é puramente físico. A nossa mente, se por um lado lhe cria barreiras, por outro, também o desenvolve. E o desejo identifica-se fundamentalmente com a vida. Sem ele, esta será como um longo rio que secou. Por isso é tão importante conhecer a sua força.

Maria João Lehning

O Que Busca a Humanidade?

O sentido da vida é o prazer. É em função dele que a humanidade vive. Todas as coisas construídas pelo ser humano, hábitos e objectos, foram feitos como meios para a obtenção do prazer ou para a redução do sofrimento, o que permite a ampliação da possibilidade do prazer no quotidiano.

A sobrevivência por si só não satisfaz, se torna vazia e se converte em sofrimento e o ser humano adoece, perde o controle das funções vitais do seu organismo, tornando-se psicótico, neurótico, esquizofrénico, apático, depressivo e por fim, suicida.

A actual estruturação física da sociedade é certamente a prova mais concreta da "eterna" busca pelo prazer. A própria evolução dos objectos utilizados no quotidiano visam permitir ao ser humano a satisfação de suas necessidades com o empreendimento do mínimo de esforço, ou seja, o mínimo de sofrimento possível. Qualquer exemplo serve: um liquidificador, um elevador, uma geladeira ou um automóvel. Todos eles visam facilitar a sobrevivência humana se exigir-lhe actividades não prazerosas.

A humanidade caminha em busca da obtenção do prazer permanente. Parece ser esta a função de sua existência. O gozo "eterno", a felicidade total, o objectivo provavelmente impossível.

Embora o ser humano tenha desenvolvido um avanço tecnológico o bastante para aumentar consideravelmente as possibilidades para a obtenção do prazer, as estruturas socio-económicas desenvolvidas até os dias actuais são essencialmente anti-prazerosas, o que inviabiliza a praticidade de uma vida amplamente satisfatória.

Todo e qualquer conjunto social humano requer a manutenção de uma moral que permita o equilíbrio nas relações entre diferentes interesses individuais e colectivos. Por viver e desenvolver-se em uma sociedade autoritária e coercitiva, é natural que através dos milénios a humanidade tenha desenvolvido mecanismos de coerção psicológicas capazes de tornar "suportável" regimes sociais altamente opressivos e anti-prazerosas.

O ser humano abstraciona sua existência e por mais abstracta e absurda que seja sua ideia ele ainda é capaz de tomá-la como uma verdade absoluta. Foi assim que nasceram todos os deuses e todas as religiões, que embora em determinadas épocas tenham contribuído com a formação e o desenvolvimento das civilizações humanas fornecendo-lhes uma base moral que facilitasse a convivência entre indivíduos de uma mesma comunidade, sempre exerceram uma função coercitiva no meio social.

Através de séculos de pregação religiosa os sacerdotes descobriram que a inibição da prática sexual favorece a aceitação do enquadramento social, já que o indivíduo reprimido sexualmente é um indivíduo que tem suas potencialidades sociais fragmentadas, a sua criatividade inibida e sua originalidade afectada, pois a repressão sobre as actividades sexuais de um indivíduo é também a repressão sobre as funções orgânicas e intelectuais do mesmo.

O sexo é a função orgânica mais intensamente prazerosa, tão prazerosa que dirige grande parcela das actividades sociais humanas e exige necessariamente uma atenção especial em todas as culturas, em todos os países. Logo é óbvio que quem controla o sexo controle boa parte das actividades humanas.

Na sociedade capitalista todas as actividades voltadas quase que especificamente só para o prazer como o sexo, a arte, a cultura de entretenimento e os desportos estão altamente imbuídos de valores capitalistas tais como a competição, a busca pelo status social e poder financeiro, o que desvia as reais funções das actividades prazerosas, dificultando a obtenção do prazer e a realização de uma vida social satisfatória.

Libertar as actividades sociais essencialmente objectivadas no prazer e resgatá-las das amarras religiosas, psicológicas e sociais burguesas, é libertar o próprio ser humano de sua condição subserviente e medíocre. Romper com os padrões morais burgueses e empreender-se na prática da actividade prazerosa e principalmente sexuais é atender as funções vitais do organismo humano necessárias para a satisfação plena de qualquer indivíduo e para o bem estar físico e psíquico do mesmo.

O prazer atingido na prática sexual é talvez a manifestação mais completa, ampla e satisfatória do próprio prazer. Atender aos impulsos do libido sexual (respeitando é claro, os interesses do indivíduo desejado) é realizar-se como ente vivo e atingir o êxtase máximo natural possível a todos os seres humanos normais. O resto é sofisma pura enganação esquematizada por todos os tipos de religiões e demagogos reacionários que se beneficiam directamente da sujeição psicológica da massa popular.

Em Busca do Prazer
Zonas Erógenas

Dentro do assunto sexualidade e respostas sexuais a maioria dos homens e mulheres procuram o prazer tomando um comprimido mágico, uma fórmula milagrosa, a procura do tal ponto G, do distante e sonhado orgasmo, e se possível múltiplo. Não podemos nos esquecer do potencial do nosso corpo por si só, aprendendo a explorá-lo e também o do parceiro.
Tudo se inicia pelas carícias: Os sentidos são as portas de comunicação com o mundo externo. O ato sexual é basicamente uma actividade sensória onde predominam as sensações auditivas, olfactivas, visuais e táteis. Em nossa cultura as mulheres são mais sensíveis do que os homens à influência sexual dos sons, sobretudo da música e da voz. O som dos movimentos respiratórios durante o ato sexual pode ser um estímulo complementar que amplia e fortalece a excitação erótica. A melodia, como o som da voz, pode ter uma acção relaxante como um poderoso estímulo sexual para certas pessoas. Fechar os olhos e se deixar levar pela musicalidade de um som agradável pode ser extremamente sensual e erótico. No homem, o olfacto geralmente exerce um efeito mais efectivo para a sexualidade do que a audição.
O beijo tem tanto uma base táctil quanto olfactiva, não parecendo haver dúvida de que o odor desempenha um papel ponderável na atracção ou na repulsão sexual das pessoas. Afirma-se que na nossa cultura os homens são excitados principalmente através da vista, e as mulheres através do toque. Nosso corpo é provido de receptores táteis, e em função disso pode despertar impressões sensuais que causam prazer. O tacto é sem dívida um dos mais importantes elementos da vida erótica. A própria relação sexual é um ato fundamentalmente táctil.
No corpo humano há certas zonas que são apontadas como sendo particularmente sensíveis à estimulação erótica (zonas erógenas), mas não se pode deixar de lembrar que toda pele é erotizável e que toda ela pode ganhar uma expressão sexual, dependendo do momento em que o toque se realiza e da pessoa que o faz. Regiões aparentemente neutras como as mãos ou os pés, podem ser erotizadas a tal ponto que chegam a produzir orgasmo. Não é de admirar que os sexólogos aproveitassem as sensações, para utilizá-las de um modo terapêutico. Se os órgãos dos sentidos são os veículos da comunicação, nada melhor do que aprender a usá-los de modo adequado e construtivo nas deficiências dos relacionamentos interpessoais.
Conhecer seu próprio corpo e o da parceira é muito importante para explorar as sensações que o sexo pode proporcionar. Conversa,carícias e beijos são armas muito eficientes na investigação deste território fascinante que é o corpo humano. As áreas erógenas mais conhecidas são:Mulher: os seios,as nádegas,a vagina e principalmente o clitóris. Homem:também os mamilos,o pênis e as nádegas em menor grau.

Dicas para a descoberta do prazer:

1-Ansiedade, o pior inimigo - O cansaço e a ansiedade comprometem o desempenho sexual tanto ou mais que a ingestão de drogas inibidoras do desejo, como a cocaína e alguns antidepressivos. É também a ansiedade a culpada pelo fracasso de muitos adolescentes em iniciação sexual. Ela provoca falhas na erecção e é uma das principais causas da ejaculação precoce no homem e da falta de orgasmo da mulher.
2 - A Cama não é passarele - As mulheres são mais preocupadas com a forma física do que com o próprio prazer. As fanáticas por academia e por dieta continuam fazendo pose na cama em vez de relaxar e tirar proveito do sexo, o que aumenta a ansiedade. Muitas mulheres com a auto-estima em dia, ainda que com a barriguinha fora de lugar, costumam ser mais felizes na cama. Muito da dificuldade feminina em chegar ao orgasmo se deve à inabilidade do parceiro.
3-Troque uma transa rápida por uma guerra de beijos -As preliminares são muitos importantes e é neste período que os parceiros podem fazer o mapa sexual um do outro, descobrindo os seus pontos mais excitantes ou ensinando o parceiro como deve tocá-lo(a) para ter mais prazer.
4-Cinema e romance, os melhores afrodisíacos- Outro conselho dos terapeutas aos homens: Há poucas coisas mais afrodisíacas para um mulher do que se sentir cortejada, perceber-se objecto de atenção especial, receber um elogio, ser surpreendida com ingressos para um show ou um convite para jantar. Por isso, não existe terapia sexual séria que não vasculhe, também as disfunções do relacionamento. Para as mulheres, afecto eventualmente redunda em sexo.
5- Sexo bom é mais do que penetração -Os sexólogos lutam para expandir o conceito de relação sexual a fim de mostrar aos homens que a penetração é apenas uma das possibilidades eróticas do sexo. É a menos importante para as mulheres. O homem precisa aprender a saborear as preliminares; o homem pensa e age como se 80% da zona erógena se concentrasse no aparelho genital, enquanto a mulher sabe que ela se espalha pelo corpo todo.
6-Orgasmos múltiplos, um mito -A ideia de que só é bem sucedido no sexo a mulher que tem orgasmos múltiplos não passa de um empecilho ao prazer. A mulher acha que precisa de vários na mesma noite. A entrega total com muito amor, carinho, fantasias podem levá-la a um orgasmo único e suficientemente bom.

DR.CELSO MARZANO
Diretor do CEDES - Urologista e Sexólogo


O que Buscamos?


"A definição de prazer supera a conotação sexual. Prazer é realização, satisfação, felicidade! A procura por ele nos mantém vivos, a vida se define como uma busca por um prazer que nunca vai ser encontrado plenamente, mas também nunca vai deixar de ser objectivo."
"As nossas relações podem ser classificadas como afectivas, sexuais e afectivo-sexuais. Buscamos o último tipo, em que coexistiriam sexo e afectividade em proporções iguais. Procuramos um equilíbrio que só pode ser alcançado através da superação de nossas próprias limitações. É a busca pela felicidade, pois prazer é o que queremos."
 

A busca do prazer

O prazer é uma recompensa maravilhosa,
mas não um fim em si mesmo.
Procurar o prazer somente pelo prazer
é perder o valor e a alegria que o prazer traz.
O prazer é realmente bom quando
não é buscado directamente.
O prazer verdadeiro é o resultado de
atingirmos um objectivo ou um propósito.
Você não pode criar prazer.
O prazer é apenas o subproduto de uma outra actividade.
O prazer, como fim, é vazio e insignificante.
Como um dependente de drogas, que precisa
da sua próxima dose, aqueles que procuram
apenas o prazer não encontram satisfação duradoura.
Evitar a actividade e procurar directamente o prazer desvirtua o propósito e
rouba sua alegria e o significado.
Quando "sentir-se bem" não tem profundidade,
não adiciona valor nem alegria à sua vida.
O prazer é uma recompensa,
não um estilo de vida.
Devemos aproveitar todas as situações ao máximo.
Mas somente o prazer devidamente ganho
pode ser prazer verdadeiro.

 

Ralph S. Marston, Jr.

 

PULSAR - CAMINHO DO PRAZER

Falar em pulsação e prazer numa sociedade mecanicista, desumana como a nossa, soa como algo distante e teórico.
Isto porque, na inversão de valores desta mesma sociedade narcisista, a preocupação maior passa a ser a de corresponder aos valores do sucesso e do poder. O ser humano, desde cedo, aprende com os pais, a se afastar do seu corpo e a negar a vida dele, das sensações, das emoções e dos sentimentos.
As crianças começam a desenvolver e formar imagens de si, que estejam de acordo com os valores sociais e logo são estimuladas à luta e à busca do poder, assumindo a postura corporal do peito inflado, barriga para dentro, às custas de uma respiração contida, de uma energia bloqueada, de uma pélvis encouraçada, de um coração fechado, de um corpo rígido e tenso.
E tudo isto é o início de uma longa e tortuosa caminhada de vazio interior, desamor, desprazer e desesperança.
O afastamento do corpo é o afastamento de si mesmo, pois como diz Alexander Lowen, “Você é o seu corpo” e é através dele que você expressa emoções,  presença no mundo,  jeito  de ser,  saúde.
Uma boa leitura corporal identifica a mensagem existencial, a postura de vida.
O pessimista reflecte no modo de caminhar, de se movimentar e nos olhos, o desânimo, a falta de iniciativa, a desesperança.
Alguém com raiva trinca os dentes, fecha os punhos, enrijece as costas como os gatos e outros animais.
Quem não identifica o apaixonado cheio de vitalidade, brilho nos olhos e  alegria, que  transmite e contagia o ambiente.
Por mais que se deseje  prestígio  e status, estes não são capazes de gerar prazer pela tensão, pelo stress, pela inveja que o poder desencadeia nos outros. O poder sempre divide. A história nos mostra.
Mas, mesmo os obcecados pelo poder, desejam o reconhecimento e a aceitação do ser amado.
E o amar exige entrega e, para isto é necessário se fazer desencouraçar, sair da prisão corporal e energética para se ter a possibilidade de pulsar, viver espontânea e criativamente.
O ser palpitante é aquele que respira por inteiro, que flui, que tem graça, beleza e saúde.
É o ser-natureza, que conhece a sabedoria do corpo e respeita o seu ritmo, que se movimenta como ondas ao mar, que se agita e se acalma, integra  agressão e ternura, raiva e amor.
Pulsar é viver, é sentir prazer.
Quem não tem prazer torna-se frustrado, raivoso e insatisfeito.
Quem se arrisca a se descobrir, a se conhecer, tem a oportunidade de assumir o poder pessoal e a capacidade de ser responsável pela própria vida.

 

Grace Wanderley de Barros Correia (Psicóloga)

 

O desejo, a fantasia e o universo

Fantasias, sonhos são formas, através das quais o desejo se expressa, e que constituem a grande riqueza do ser humano. E o torna diferente do animal.

É a fantasia que move o homem e o leva a poder e, portanto, querer transformar as coisas. O desejo impulsiona o indivíduo a criar, realizar, querer modificar. Sem ele, o mundo permanecerá estático, parado, não haveria lugar para a evolução.

Algumas pessoas tem mais fantasias que outras, dependendo de sua história de vida. A forma que cada um lida, desde que nasce e pela vida afora, com a busca do prazer no mundo, e o que este lhe impõe - que nem sempre corresponde ao seu desejo, vai estar estreitamente ligado ao seu funcionamento mental, seus desejos, fantasias, sonhos. E que nem sempre são satisfeitos, a contento.

Assim, desde o nascimento, a criança vai ter que se adaptar (ou não) com uma série de expectativas da mãe, do pai e do mundo .......

A satisfação inicial de suas necessidades básicas - alimentação, higiene ..... são carregadas de vivências, boas e más, que estimulam a imaginação infantil, transformando-se em fantasias.

O primeiro objecto de amor, para a criança de ambos os sexos, é a mãe.

De forma diferente do menino, o bebé menina vai ter um desenvolvimento psico-sexual mais lento e doloroso (que o menino), pois vai ter que trocar seu objecto de amor primeiro - a mãe, pelo pai; não só para reassegurar sua feminilidade, mas também abrir caminho, para um dia, buscar um companheiro e constituir sua própria família.

Desde pequena, a menina vai ter que se haver com angústias de separação, luto, perdas e com a dor que isto desencadeia. Pode-se inferir, que isto a torna mais capaz de lidar com a dor.

A menina "desiste" da mãe como objecto sexual, por desilusão, por perceber que esta mãe nem sempre está (disponível) presente em sua vida, que existe um outro, seu rival - o pai, com o qual ela divide seu amor, seu olhar apaixonado e seus cuidados ...

E ela parte, em busca do encontro e do olhar apaixonado do pai. Ela deseja ser o objecto de desejo do pai, como um dia o foi de sua mãe, para poder se ligar a ele e se sentir mulher ...

O tornar-se mulher pressupõe o desejo de ser objecto de amor, a busca do olhar ("apaixonado") de um homem ( o outro - pai ou substituto), característica predominante do psiquismo feminino, porém não exclusiva.

Quantas fantasias - sonhos - desejos surgem deste processo !.... A capacidade, da menina-mulher elaborar seus conflitos e poder realizar seus desejos, está profundamente relacionada às condições e à capacidade, da mãe e do casal, de poder amar esta criança, perceber e lidar de uma forma saudável e equilibrada com as necessidades dela, assim como com as próprias (necessidades).


 

Nota final:

A busca do prazer não se resume exclusivamente ao sexo. Temos que ver o sexo como complemento em busca da felicidade e não como um fim em si só.


Ninguém fala de afectos, consequência natural da vida "amor".


Nem sempre a busca do prazer é sinónimo de felicidade, depende como busca-se esse prazer, como se lida com essa situação.

Observo que fala-se muito e pratica-se pouco :P
 

Adriano Gomes

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Este site foi actualizado pelo última vez em 20/11/03