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Ver de perto
elefantes, hipopótamos, tigres ou ursos polares no seu habitat natural pode
ser a viagem de uma vida para quem gosta de animais – e uma oportunidade
única dadas as múltiplas ameaças que, directa ou indirectamente, pendem
sobre muitos deles. Faça as malas e parta num dos 18 passeios e viagens que
se seguem. Enquanto é tempo...
Pesquisa de Helena
Morgado
Texto de Teresa Frederico
Golfinhos do Estuário do Sado
Um espectáculo para miúdos e graúdos
Vale a pena reservar um fim-de-semana para conhecer a Reserva
Natural do Estuário
do Sado, uma área
de 23 160 hectares que acolhe 261 espécies. A principal atracção são
os roazes, uma comunidade de cerca de 30 animais que pode observar
em passeios de barco promovidos por empresas especializadas.
Ao longo de cerca de três horas encontram-se vários grupos de
golfinhos em busca de comida ou entretidos em saltos e outras
brincadeiras, num espectáculo que seduz miúdos e graúdos. Com um
pouco de sorte eles chegam bem perto da embarcação, parecendo muito
curiosos ou tão bem-educados que vêm cumprimentar os visitantes.
Apetece tocar-lhes mas, na impossibilidade, consome-se um rolo de
fotografias inteiro em meia dúzia de minutos (pelo que é melhor
levar vários).
Embora não tão populares quanto os golfinhos, as aves da zona também
merecem ser apreciadas, nomeadamente os flamingos e
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as cegonhas.
Ainda na Reserva, não deixe de visitar a Herdade da Comporta e seus
arrozais e, na Carrasqueira, o porto palafita.
Para que o fim-de-semana seja perfeito, sugerimos-lhe que pernoite
na pousada histórica de São Filipe. Instalada na fortaleza homónima,
beneficia de uma vista deslumbrante sobre o estuário do Sado e a
península de Tróia.
Parque Nacional da Peneda-Gerês
Centenas de espécies por descobrir
No gerês, como em muitos outros habitats
naturais mencionados neste artigo, o que mais conta para
conseguir observar os animais autóctones é a sorte. É que os
bichos andam a tratar da sua vida e não se exibem facilmente
– e fazem muito bem, não vá
dar-se o caso de os visitantes serem menos amistosos.
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A fauna
deste parque nacional, que em tempos foi a mais rica do País
(quando lá viviam ursos pardos e cabras
do Gerês), apresenta uma grande variedade de espécies de que
se destaca o corço. Uma área que ronda os 70 mil hectares
acolhe cerca de 235 tipos de vertebrados, dos quais 65
pertencem à lista das espécies ameaçadas, como os
morcegos-de-ferradura grande e os lobos, considerados em
perigo de extinção.
Toupeiras-de-água, lontras e inúmeras aves são outros dos
animais aqui estabelecidos. Se tudo correr bem, durante o
passeio será surpreendido por grupos de cavalos selvagens,
tão elegantes quanto fugidios.
Para melhor descobrir o parque e passar momentos de
verdadeira comunhão com a Natureza o melhor é pernoitar numa
casa-abrigo (há três: uma situada
em Barreiro, a cerca de três quilómetros de Castro
Laboreiro; outra em Adrão, a 10 quilómetros do Soajo; e a
terceira na Penha, na freguesia de Britelo) ou numa das
várias casas-retiro (localizadas em Bico de Pássaro,
Baleiral, Branda de Murça, Penadoeido, Pitões das Jú-nias e
Ventuzelo). Equipadas com oito camas indivi-duais,
distinguem-se entre si por as segundas não possuírem
electricidade.
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Parque Nacional Fernando de Noronha
Tartarugas e golfinhos vivem no arquipélago
brasileiro
Considerado um santuário ecológico, o arquipélago de
Fernando de Noronha fica situado a 545 quilómetros do Recife
e é constituído por 21 ilhas, rochedos e ilhotas cuja área
total ronda os 26 km2.
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Parte da
ilha principal, homónima, é ocupada pelo Parque Nacional
Marinho, criado em 1988 com a função de preservar a flora, a
fauna e demais recursos naturais.
Destaca-se a fauna marinha, em especial os golfinhos
rotadores, assim conhecidos por rodarem sobre si próprios
durante os saltos que executam fora de água. Animais que
chegam a atingir dois metros de comprimento, podem ser
observados ao nascer do Sol a partir do miradouro da Baía
dos Golfinhos, área de águas calmas e protegidas onde
descansam e se reproduzem. Ao fim do dia, regressam ao alto
mar para se alimentarem de pequenos peixes.
As tartarugas constituem outra atracção. As aruanas são
observáveis à superfície a partir de Novembro, quando os
machos disputam as fêmeas, e de Dezembro a Maio, período em
que sobem às praias do Leão e do Sancho para depositarem os
ovos que incubam durante 50 dias. Se mergulhar pode avistar
tartarugas-de-pente, uma espécie ameaçada devido à pesca
para confecção de óculos, pentes e bijutaria.
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Circuito na Tanzânia
Três parques de visita obrigatória
A
tanzânia é um verdadeiro paraíso para quem pretende observar
animais de grande porte como rinocerontes e elefantes. O
circuito que a Across Africa Safaris lhe propõe permite-lhe
visitar três importantes reservas. O programa tem início em
Arusha, uma pequena cidade situada junto do monte Meru, e a
primeira paragem é no Parque Nacional do Lago Manyara, a
cerca de 130 quilómetros, uma reserva que acolhe elefantes,
búfalos, girafas, chitas, gnus (também conhecidos por
bois-cavalo), impalas, zebras, hipopótamos, rinocerontes,
leões e aproximadamente 350 espécies de aves.
Segue-se
o Parque Nacional de Serengeti, nome mítico que em masai
significa “planície sem fim”. Localizado num planalto entre
Ngorongoro e a fronteira com
o Quénia, é considerado o maior santuário de vida selvagem
do mundo, acolhendo mais de três milhões de grandes
mamíferos numa área com mais de 14 700 quilómetros
quadrados. Os seus rios também proporcionam um excelente
habitat para muitas espécies
de aves e de répteis.
O
trajecto para Ngorongoro é um verdadeiro safari fotográfico.
Nesta área de conservação destaca-se uma imensa cratera
vulcânica que é habitada por mais de 25 mil grandes animais,
nomeadamente zebras, leopardos, chitas, elefantes,
antílopes, leões, flamingos e muitas aves não observáveis
nos outros parques que integram este circuito.
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Moçambique e África do Sul
Do Kruger Park ao Parque Nacional de Bazaruto
Quando se fala de observação de animais,
o Kruger National Park é uma referência obrigatória. Com uma
área de 20 000
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quilómetros quadrados, fica situado na África do Sul e
percorre cerca de 350 quilómetros da fronteira com
Moçambique – o que significa que pode conhecê-lo durante uma
viagem
a esta ex-colónia portuguesa.
O programa da TerraÁfrica propõe-lhe isso mesmo: umas férias
de 14 dias com três noites de alojamento em Maputo, a
capital moçambicana, seis em Bazaruto, um dos destinos
turísticos mais famosos do país, e duas no Pestana Kruger
Lodge, situado junto ao parque.
Um dos dias da viagem é totalmente dedicado à visita ao
Kruger National Park, estando previstos safaris diurnos e
nocturnos. Aqui poderá observar cerca de 147 espécies de
mamíferos, 507 de pássaros, 114 de répteis, 34 de anfíbios,
49 de peixes e 336 tipos de árvores... Não há expedição que
chegue para contemplar tanta diversidade! As principais
atracções são os chamados big five: os leões, os elefantes,
os leopardos e os rinocerontes.
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Em
Bazaruto, aproveite alguns dos cinco dias livres
contemplados no programa para visitar o Parque Nacional
homónimo. Criado em 1971, acolhe crocodilos, tartarugas,
golfinhos, dugongos (mamíferos marinhos) e muitas espécies
de pássaros.
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Viagem à “capital dos ursos polares”
Safari de buggy em Churchill, no Canadá
Mamíferos carnívoros, relativamente corpulentos, com pêlo
longo e denso, os ursos adultos pesam entre 300 quilos e
mais de uma tonelada. Podem ser cinzentos, louros, negros ou
completamente brancos, como os que habitam nas regiões
árcticas. Se sempre desejou ver de perto estes últimos,
aceite o desafio da TravelWild
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Expeditions: participe numa viagem à “capital dos ursos
polares”, Churchill, uma pequena cidade situada na região
canadiana de Manitoba.
A expedição tem início em Winnipeg, local de encontro do
grupo (constituído, no máximo, por 20 pessoas) com os
organizadores. Após uma reunião preparativa, um voo de três
horas leva-o até Churchill (aproveite para visitar
o Eskimo Museum e outras atracções locais).
Seguem-se três dias de safari em viaturas especiais,
designadas polar buggies, pela zona de Hudson Bay, onde
finalmente avistará os ursos brancos. Raposas, lebres e
corujas especialmente “equipadas” para conseguirem
sobreviver ao clima enregelante da região são outros dos
bichos que poderá observar.
A melhor época para ver os ursos é entre meados de Outubro e
Novembro. Por isso, toca a fazer as malas – para não “fazer
figura de urso”... não se esqueça de incluir na bagagem
muitos rolos fotográficos e roupa bem quente, capaz de o
proteger de temperaturas médias que oscilam entre -15 e 5
graus centígrados – e a embarcar para Winnipeg.
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Nota:
Boa
viagem!
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